Precisava o segundo tempo?

Outra foi que não apareceu ninguém para ajudá-lo a conter o lado direito do ataque holandês, por onde os laranjas chegavam com mais perigo. Felipe Melo, a aposta do Dunga que menos deu certo, não só fez o gol de empate da Holanda como faltou constantemente ao trabalho, que era ajudar o Michel Bastos naquele lado. E ainda foi expulso e deixou seu time com dez. Quer dizer, nem o Felipe Melo nem nós precisávamos desse segundo tempo.
Um dos paradoxos do futebol moderno é que quanto mais o conjunto supera o indivíduo, mais ele depende da jogada individual. Com defesas compactas em cima e rebatendo tudo, cresce a importância do driblador, do cara que vai pra cima do adversário e abre defesas com seu atrevimento e brilho pessoal.
Nesta seleção se esperava isso do Robinho, que jogou bem, fez gols e passes para gols, mas raras vezes foi o individuo diferente de que o conjunto precisava. Quase sempre suas tentativas de ser o Robinho conhecido, o que ia pra cima, falharam.
Contei. Só três dos 23 jogadores da nossa seleção jogam no Brasil, contra nove da seleção holandesa que jogam na Holanda. Era de se esperar que o Brasil levasse vantagem naquelas coisas que uma experiência internacional ensinaria, como manter a cabeça fria nas grandes decisões. Não foi o que se viu ontem.
O Brasil não teve onde buscar nem a calma nem a sabedoria para mudar o resultado. Perdeu provincianamente.
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