quarta-feira, 24 de junho de 2009

O jardim do coreto e os policiais e os políticos e os jardineiros...

Em Raul Soares acontecem coisas que, no mínimo, dará para desconfiar se é realmente verdade: através desta foto histórica do jardim que, depois por muito tempo foi identificado como jardim velho, a partir da construção do novo jardim de frente da nova igreja. Essa foi uma simples resposta para quem ainda não sabia e, espero que tenha dado para entender... O que será mesmo difícil para entender é a história da construção do jardim do coreto: Mil novecentos e vinte e poucos... Aquele mesmo jardim que depois virou moda os jovens arrumarem as sua paqueras, namoradas e depois de noivos andarem na parte de dentro do jardim e assentarem nos bancos e depois de casados traziam os filhos para brincarem de parte queijo no coreto...
Contavam os mais antigos que a inauguração do jardim já havia sido anunciada, e o velho jardineiro ficou sozinho para enfrentar a tal missão que se tornou mais do que difícil – cavucar até não querer mais para plantar bastante flores, gramas, árvores e, somente o polêmico coreto estava pronto. E como não podia contar com os funcionários da prefeitura que tiveram que cuidar das estradas por causa das chuvas, e o único filho do jardineiro que lhe ajudava estava preso por suspeita de um crime, ai tudo ficou mais difícil. E no desespero, como não tinha outra alternativa - o jardineiro precisava mais do que nunca daquele dinheiro da construção do jardim para pagar um bom advogado e soltar de uma vês por todas o seu querido filho, que ele tinha certeza absoluta que era inocente. E para ver se dava um jeito resolveu escrever para o filho um bilhete contando a sua missão de ter que entregar o jardim prontinho e bonito e bem feito para ser inaugurado, porque era ano de eleição. O filho preso, praticamente na mesma hora respondeu escrevendo ao pai um bilhete: “ Pelo amor de Deus, pai, não faça mais buracos no jardim para plantar flores, e muito menos para plantar árvores e plantar grama, porque foi justamente lá no jardim que ele havia escondido o corpo que era a prova do crime!
Os policiais, sem preocupar com a educação, mais do que depressa leram o bilhete. Os policiais que achavam não ser bobo nem nada mobilizaram e cavaram o jardim inteiro sem encontrar nenhum corpo. E ficaram brabos até não querer mais... O pai jardineiro sem entender direito, escreveu mais um bilhete para o filho contando o que aconteceu e que os polícias estavam sem entender nada e ele, menos ainda, e a mãe dele quase que deu um trem, porque até então o filho jurava ser inocente. Esta foi à resposta: “Meu querido pai, agora pode aproveitar os buracos e a terra cavucada e plantar o seu jardim para inaugurar daqui uns dias... foi um pouquinho que pude lhe ajudar e me ajudar também, para me tirar daqui o mais rápido”.
O jardineiro plantou o que tinha de plantar e a inauguração do jardim aconteceu na data marcada. E, com o dinheiro recebido dos políticos pagou um bom advogado da época e o filho foi solto por falta de provas. Essa é mais uma das histórias de Raul que envolveu o jardim do coreto, e, tenho certeza, são poucas as pessoas que tinham esse conhecimento.




Um comentário:

Itagiba Lopes Filho disse...

Júlio, blz.essa...gostei.
abraços
Gibafilho.