
_Em Raul Soares existe uma cultura para lá de conveniente. Refere-se as leis. Umas pegam, e outras que não pegam nunca. Algumas viram até motivos de gozação...
Então vamos lá: na década de sessenta quando o então presidente Jânio Quadros proibiu o uso do biquíni, as raul-soarenses não deram a mínima confiança, e depois o mesmo Presidente, proibiu brigas de galo, cassino e outras coisas mais e, naturalmente, como não poderiam deixar de ser - sempre polêmicas...
Você sabia que em nossa cidade já houve um tempo que já foi proibido aos jovens namorados de se beijarem na praça, proibido aos cidadãos de se permanecerem nas ruas após as 22 horas e nem pensar mais de três pessoas ficarem conversando na rua.
Você sabia que o Clube Marajoara um dos mais famosos na região pelos tradicionais bailes de carnaval, réveillon, debutantes e formaturas - por um bom período a diretoria chegou a proibir a entrada de pobres e negros e, com raríssimas exceções, permitia algumas famílias da raça negra e, só era permitido porque os diretores diziam que aqueles negros tinham as almas brancas (como se as almas tivessem cores).
Não que vítimas do preconceito estavam fazendo questão de freqüentar, mas eram muito mais felizes no Clube Flamê porque sentiam mais a vontade. Na época da ditadura, por um bom período, ser homossexual, ser cabeludo, gostar de Chico Buarque e outros eram motivos para ser preso. Esses fatos fazem parte de nossa história e, de vez em quando vale a pena serem lembrados para não deixarmos nunca de valorizar um pouco mais a nossa liberdade - nesse Brasilzão de nosso Deus.
Ainda bem que hoje está tudo perdoado e, bola prá frente porque atrás vem gente... Em Raul às pessoas que realmente não valem quase nada é um número muito pequeno. O mais interessante desta vida é que ninguém - por pior que seja - não consegue ficar sem nenhum valor. Ainda bem.
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