segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Pessoas aparentemente qualificadas também têm dificuldades para conseguirem empregos.

Nas duas maiores cidades do Brasil, pessoas com especialização fazem filas para sair do desemprego. Pessoas com curso superior têm tido dificuldades para conseguir um emprego. No Rio de Janeiro, um concurso de gari atraiu candidatos com mestrado e até doutorado. Em São Paulo, um concurso que contrata dentistas, enfermeiros e fonoaudiólogos atraiu tanta gente que houve fila na porta do hospital. No Rio de Janeiro, um concurso para contratar garis com salários de R$ 486 surpreendeu. Para 1400 vagas, apareceram 124 mil pessoas.
A exigência é ensino fundamental, antigo primário. Quase 1200 têm ensino superior completo, 86 têm pós graduação, 24 mestrado e 50, doutorado. Em São Paulo a prefeitura ainda não fez as contas, mas a fila foi grande. São 211 vagas de emergência por um ano para enfermeiro, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, piscólogo, terapueta, nutricionista, dentista e assistente social entre outras. Os salários vão de R$ 605 a R$ 1859. “Eles estão tirando pelos títulos que tem, experiência, mas vão tentar mais uma vez”. O que chama a atenção nas filas das duas maiores cidades do Brasil é o nível dos candidatos.
Por que tem tanta gente com especialização sem emprego? “De um lado, falta de empregos. Isso, por sua vez, está atrelado ao crescimento econômico que diminuiu e agora que está retomando. Para o Brasil produzir empregos com a fartura que é preciso, precisaríamos crescer 5 ou 6 % ao ano”, diz José Pastores, professor de relações do trabalho, na USP. Para os especialistas em relações de trabalho são pelo menos dois fatores: má formação escolar: o candidato tem o diploma, mas não consegue desempenhar bem a função; falta de cursos complementares: o trabalhador para de estudar e não se atualiza mais. “O mercado quer pessoas com capacidade de dar respostas. Pessoas que tenham bom senso, lógica de raciocínio, que saibam trabalhar em grupo, que sejam versáteis, e se possível, falem mais de uma língua e que, também, conheçam bem sua profissão. Essa foi uma das notícias que circulou na grande imprensa e que mereceu destaque.
Não basta apenas ter o canudo, é preciso ter competência”.

Nenhum comentário: