quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Os leitores na sua maioria - estão preferindo cada vez mais o jornalismo das notícias e das informações rápidas: sobre coisas e gente e banalidades.

O Prêmio Nobel de Literatura o colombiano Gabriel García Márquez falou de seu amor pelo jornalismo em um seminário dedicado ao tema: "Como jornalista, a gente sofre com o texto ou desfruta dele. Com a manipulação que se faz das notícias, temos a satisfação quando achamos uma jóia, mas sofremos como cachorros quando vemos a forma com que se maltrata as palavras e as idéias", afirmou Garcia Márquez, 81 anos. "Eu escrevo para não ter que falar", explicou.
Mas também criticou o que chamou de "novo jornalismo", no qual o profissional conta com pouco tempo para elaborar seus textos.
"Isso me aborrece. Quando se tem tanta pressa, não há tempo para pensar. No jornalismo, a pessoa tem que saber que não há tempo para pensar muito ou aperfeiçoar o texto, e isso vai fazê-la sofrer. E, como os jornalistas sofriam muito, a gente saía para encher a cara todos os dias", brincou.
Não deixou também de comentar sobre o jornalismo que mais faz sucesso no momento - e os leitores na sua maioria - estão preferindo cada vez mais: o jornalismo das notícias e das informações rápidas, sobre coisas e gente e banalidades, e, quanto mais, mais... E os donos da imprensa são obrigados para sobreviverem colocarem de tudo em seus jornais para não morrem de fome. E assim caminha a humanidade.
Para evitar as correrias do jornalismo moderno, o autor de Cem Anos de Solidão, O amor no tempo do cólera e outras obras primas deu uma solução: "Com certeza que o melhor mesmo é escrever um livro. Com um livro, levei dez anos; se não gostava, voltava atrás e escrevia tudo de novo", comentou. E mesmo assim, e como sempre, gostaria de mudar algumas coisas... Imaginemos no jornalismo que é tudo imediato. Encerrou.

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