domingo, 10 de maio de 2009

Fernando Maia disse que aquele menino que aparece na foto do Bar Maracanã, no meio dos fregueses, talvez fosse eu. Não é que ele acertou...

Eu ainda era mais ou menos um menino e lembro bem do Bar Maracanã: de todos os garçons e, lembro também como se fosse hoje, do barulho quando eram abertos os refrigerantes, os deliciosos crush e do grapete geladinhos saídos daquela geladeira grande de madeira, e sem contar o cheiro bom do misto quente. Como disse o maior craque de bola da sua geração Paulinho Telvino, sendo feito naquela moderna máquina de fazer misto e, que hoje, com certeza tem mais de 50 anos.
Qual o menino não sonhava ter uma máquina de misto quente em casa?...
Quando algum jovem queria chamar uma garota que seria hoje uma gostosona, chamava a garota para elogiá-la de uma verdadeira máquina de fazer misto quente do Bar Maracanã. E não é que elas gostavam.
_E como disse também, o mais ou menos bom de bola e mascarado, o jornalista Teodolino de Sousa Lima: que o futebol carioca sendo escutado pelo rádio no Bar Maracanã era outra coisa, emocionante do princípio ao fim e fazia muito torcedor fanático chorar de soluçar quando o time do coração ganhava ou perdia. Os mais saudosistas dizem que nas finais dos campeonatos carioca parecia que estávamos, de acordo com a imaginação, no Maracanã. Os torcedores e ao mesmo tempo fregueses faziam questão de escutar ou até mesmo de assistirem de olhos fechados e só abriam os olhos para comemorarem os gols ou xingarem o juiz mandando o desgraçado ir parar naquele lugar...
Foi aí que surgiu o "vem não turim"
A copa do mundo de 1962, dizem, que foi uma loucura e, o Senhor Totone Albano Fialho, não teve outra alternativa a não ser cobrar pelos ingressos e, os torcedores, tiveram o direito de ficar na arquibancada, ou na geral ou até mesmo e por que não nas cadeiras numeradas... E como o Bar Maracanã ficou especialmente fechado, os outros torcedores de menos sorte na vida, tiveram que escutar os jogos do lado de fora, e, para sorte deles, o volume do rádio estava bastante alto.
O certo é que ali por perto tudo funcionava como num filme bom para Fellini nenhum reclamar por falta de um cenário melhor: Bar Maracanã e, logo à frente o Cine-Marrocos, Estação Ferroviária e, do outro lado o Hotel Magestick do saudoso craque de bola e torcedor do Vasco - Careca, pai do detetive Neneco e da sua imã Regina.
Tudo isso e mais um pouco não deixará nunca de ser - Erabon.
FERNANDO MAIA disse no seu fotolog : Na foto acima do Bar Maracanã... Eu estou achando que este menino perdido no meio dos adultos, é o Julinho Nesce, fazendo as suas anotações para escrever esta crônica do inesquecível Bar Maracanã, do Totone Albano, e onde trabalharam, Ziza Zazueira, Onofre, Chico e outros mais. Só para não deixar passar, tinha um picolé delicioso, principalmente o de Creme, que tinha o sugestivo nome de Delícia, e nos intervalos daqueles longos filmes do Cine Marrocos - como Ben-Hur, Dez Mandamentos e mais um montão de outros - aí todos nós dávamos uma corrida ao Bar Maracanã para darmos aquela refrescada.

3 comentários:

Bloco Carnavalesco "Desesperadas" disse...

Ô saudade...adorei a crônica!

Bloco Carnavalesco "Desesperadas" disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Paulão disse...

Júlio, boas lembranças e obrigado por me citar na sua crônica.