sábado, 10 de outubro de 2009

Alguns comerciantes de Raul e suas histórias fantásticas. Uma garota que veio da roça para estudar e teve que trabalhar no pesado...

Quase todas as histórias absurdas às vezes chegam a parecer mentira, mas, pode ter certeza, esse causo (dizem) é pura verdade verdadeira. Um comerciante raul-soarense empregou uma simples garota que veio da roça, atendendo a um pedido de um compadre, freguês dos bons que pagava sempre a vista. Põe esse motivo e, naturalmente, a garota vinda da roça poderia receber menos e ainda capinar o quintal da casa do patrão, lavar as suas cuecas, passar pano na cozinha e lavar o banheiro todos os dias... Logicamente, e por quê não, o patrão de vez em quando poderia ganhar do pai da moça uns ovinhos caipiras, um frango, pernil, biscoito de polvilho... Patrão "bom" igual esse, Raul Soares vai custar a ter outro.
Na primeira semana de trabalho na loja, a coitadinha da garota deu uma vacilada das grandes: vendeu uma panela de pressão e se esqueceu de anotar para quem. E ao mesmo tempo ficou tão desesperada e chorando, que o patrão logo desconfiou: o patrão além de obrigá-la a pagar a panela de pressão ainda exigiu da moça ficar sem jantar e sem ouvir rádio por muito tempo, e no quarto de dormir a porta tinha que ficar aberta e na hora de tomar banho, também... Vai ser ruim assim lá não sei aonde.
E o patrão, esperto igual gato, aproveitou sem ela ficar sabendo, e anotou aquela mesma panela de pressão para todos os fregueses, e o freguês que não reclamasse, seria o próprio. E o pilantra acabaria recebendo duas vezes. No mundo dos comerciantes desonestos Foi uma idéia genial, mas a surpresa maior estava por vir: para alegria do comerciante, sete fregueses não reclamaram... O comerciante ficou tão contente que soltou até foguetes, e acabou fazendo dessa descoberta uma prática – todos os meses ele colocava na conta de todos os fregueses algum produto, e aquele freguês que não reclamasse, ficava no prejuízo.
Até que um dia, cansado de anotar ferro elétrico e panela de pressão e guarda-chuva e sei lá mais o quê, resolveu anotar para vários fregueses uma sanfona. Não é que nenhum daqueles fregueses tocava o instrumento, e quando foram reclamar, o comerciante pediu mil desculpas, e como se já não bastasse, colocou a culpa na garotinha que veio da roça e que tinha pouca experiência. Não sabendo os fregueses que por várias vezes já tinham sido mordidos pelo ruim igual carne cobra... E a mocinha bonitinha ficou com tanta raiva que parou de estudar e foi embora para cidade de Ipatinga com a roupa do corpo. E nunca mais deu notícias.
Todo o cuidado ainda é pouco com os comerciantes desonestos !!!


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