domingo, 25 de novembro de 2007

SE VOCÊ DO ERABOM QUER VER O CORETO PELA ÚLTIMA VEZ, VENHA NA SEMANA QUE VEM PRÁ DESPEDIR COM AS ANTIGAS BRINCADEIRAS E APROVEITA E TIRA VÁRIAS FOTOS

_Na inauguração do coreto da praça, caiu uma chuva que mais parecia uma tempestade. Um político muito esperto aproveitou o discurso e fez uma votação para eleger o guarda chuva e a sombrinha mais bonitos. O guarda chuva como não poderia deixar de ser o contemplado foi o Felisberto Faria que teve o direito de fazer o seu famoso discurso, usando a tempestade como ilustração, foi quando passou a ser considerado o Capitão Relâmpago... E a sombrinha, disparadamente como não poderia deixar de ser a dona Luzia Gorda, com todos votos a favor. Tudo isso e mais um pouco fazem parte dos nossos causos.
_Esperamos (quase todos) que o prefeito não deixe de aproveitar a oportunidade daquele praticamente destroço do nosso antigo coreto, e ao mesmo tempo, sirva de inspiração para fazer o contrato com um dos nossos bons arquitetos para que elabore o projeto de um novo coreto.
_O nosso futuro coreto merece e porquê não uma cobertura (?), e que seja cercado com grade para substituir o muro que praticamente esconde as pessoas, e, que de preferência seja maior um pouco... Na cidade de Diamantina tem coretos mais interessantes do que o nosso e pode servir de inspiração. O chefe político da época não mandou fazer um outro tipo de coreto porque não conhecia e, também prá ficar mais barato.
_Aquele coreto, desde a sua inauguração, foi sucesso mesmo, somente até na década de 70, principalmente à noite: os meninos brincavam de pique: parte-queijo; alguns brincavam de troca-troca; e depois contavam causos de assombração... As meninas brincavam e brincavam de roda; cantavam ciranda; sopravam bolinhas de sabão; e as mais assanhadinhas começavam a pensar em namorar... e a nossa famosa Banda de Música tocava nas datas comemorativas. E de madrugada os artistas “bebuns” recitavam os seus versos e tocavam violão, e as garotinhas mais ousadas pulavam a janela somente para verem e ouvirem de perto aquele espetáculo da noite. Naquele tempo a cidade de Raul Soares era mais romântica e mais cinematográfica.
_Mas, de algumas décadas para cá, aquele mesmo coreto agora está servindo como uma privada a céu aberto – e o pior, o mal cheiro está chegando longe.
Alguns raulsoarenses ausentes em visita, que marcam presença para lembrarem dos bons tempos da infância, acabam saindo daquele tristonho coreto literalmente correndo e quase chorando.
Não acredito que o novo coreto ressuscitará a efervescência cultural dos anos 60, mas que melhorará o visual, eu garanto.
_A pergunta que não quer calar: quem será o arquiteto ou a arquiteta que fará o projeto do nosso futuro coreto?
O prefeito e o profissional que assinarem o projeto entrarão para a história de Raul. VEJA A PRACINHA ANTIGA AQUI VEJA O CORETO ATUAL AQUI.
_CRÍTICA CONSTRUTIVA FEITA PELA AMIGA ANELISE LEAL: Julinho, lendo essa crônica, me remeti a meados dos anos 70, quando comecei a ter a permissão de dar "umas voltinhas" no jardim até às 21:30hs, nos finais de semana. Lembro-me que os namorados passeavam de mãos dadas na parte central do jardim; alguns se sentavam nos bancos, com certeza os de namoro mais sério, quase noivos.Já os solteiros passeavam do lado de fora do jardim. As mulheres no sentido anti-horário e os homens vinham no sentido oposto, para que o flerte pudesse acontecer. Quando passávamos pelo nosso candidato a príncipe encantado, íamos a passos lentos, quase hipnotizadas pelo olhar apaixonado do rapaz. Depois nos apressávamos para não perder tempo e poder cruzar por ele de novo e dar mais uma flertada, antes de ir embora pra casa.... suspirando. Tempo de muito romantismo e rara inocência, que tenho certeza, está na lembrança de muitos raulsoarenses, dessa época. Espero que o prefeito não destrua, mas restaure tanto o jardim quanto o coreto; que se tornaram símbolos não só da minha geração, mas de outras tantas que têm suas histórias escritas naquele lugar.Um beijo grande pra você e parabéns por mais essa iniciativa.

2 comentários:

Anelise disse...

Julinho, lendo essa crônica, me remeti a meados dos anos 70, quando comecei a ter a permissão de dar "umas voltinhas" no jardim até às 21:30hs, nos finais de semana.
Lembro-me que os namorados passeavam de mãos dadas no entorno central do jardim; alguns se sentavam nos bancos, com certeza os de namoro mais sério, quase noivos.
Já os solteiros passeavam do lado de fora do jardim.
As mulheres no sentido anti-horário e os homens vinham no sentido oposto, para que o flerte pudesse acontecer.
Quando passávamos pelo nosso candidato a príncipe encantado, íamos a passos lentos, quase hipnotizadas pelo olhar apaixonado do rapaz. Depois nos apressávamos para não perder tempo e poder cruzar por ele de novo e dar mais uma flertada, antes de ir embora pra casa.... suspirando.
Tempo de muito romantismo e rara inocência, que tenho certeza, está na lembrança de muitos raulsoarenses, dessa época.
Espero que o prefeito não destrua, mas restaure tanto o jardim quanto o coreto; que se tornaram símbolos não só da minha geração, mas de outras tantas que têm suas histórias escritas naquele lugar.
Um beijo grande pra você e parabéns por mais essa iniciativa.

Anelise disse...

Julinho corrija aí , por favor...."entorno central", ficou muito esquesito demais, né? Coloque; "na área central", tá jóia?
Bjs.